sexta-feira, 13 de maio de 2011

Watt é Watt; medida de trabalho. Porém, o que acontece é que os amplificadores à válvula possuem mais linearidade, portanto, eficiência, na hora de "entregar" esses Watts RMS em forma de música não distorcida e de alta pressão sonora (Sound Pressure Level - SPL).


Sites de valvulados: http://www.altanatubes.com/ e http://www.tubeamps.com.br/why.htm . No exterior, este site é bastante interessante: http://diyaudioprojects.com/Tubes/tubes.htm

O Tema.

Amplificadores valvulados nunca saíram da vida de audiólogos e audiófilos (Como muitos pensaram, a maioria do povo), associando válvula a coisa antiga. Nunca essa tecnologia deixou de existir no mundo, seja para áudio, seja para transmissão de ondas de rádio (Válvulas gigantes), seja para transmissão via satélite. No áudio, especialmente na estética do Rock, nenhum guitarrista famoso ou profissional "que se preze" (Digamos assim, coloquialmente), abandonou o amplificador à válvula para sua guitarra e sabe que, somente com eles, consegue o timbre e ideal para sua guitarra. Isso também aconteceu com os audiófilos que também descobriram, após um certo tempo, que os amplificadores à válvula são melhores que os amplificadores feitos com transistor. Uma questão intrigante e que muita gente não consegue responder é por que os mesmos watts nos amplificadores à válvula soam com maior potência do que nos amplificadores transistorizados. Simples de explicar: A válvula tem uma característica superior à do transistor que é de não saturar distorcendo os harmônicos, pois os amplifica em pares. Portanto continua a produzir amplificação, sem distorção, até o máximo de seu volume. Isso não acontece com os transistorizados que, a partir da metade ou 70% da potência do seu botão de volume ou atenuador (Termo técnico correto), começam a distorcer e não produzir mais graves em relação a potência incrementada. Isso acontece por uma característica especial que a válvula tem e que é diferente do transistor: Ela amplifica melhor os graves e médios, enquanto que os amplificadores transitorizados amplificam melhor somente os médios e agudos. Ou seja, a partir da metade ou 70% (Mais ou menos, esse número não é exato; é aproximado) da potência, o amplificador valvulado continua amplificar os graves e médios, agudos numa subida linear no gráfico cartesiano (VRms x dB SPL) ao passo que o amplificador à transistor a partir desses mesmos 50-70% de sua potência, não tem o mesmo ganho com os graves amplificando apenas eficientemente os médios e agudos. A subida do gráfico não é linear ou quase linear para os graves, iniciando uma estabilização e até uma descendência em termos de musicalidade unida à potência aplicada. Além disso, os amplificadores à válvulas podem saturar sem distorcer excessivamente como os ditos de estado sólido (Solid State - Transistorizados) e assim, os valvulados continuam entregando som de forma limpa até o final de seu volume (Até a atenuação zero), o que dá uma impressão de que eles têm mais potência se comparados com a mesma potência do amplificador de transistor. Na realidade, o amplificador transistorizado, mesmo os melhores, na atenuação zero estão entregando distorção em elevado valor. O transistor também tem uma característica que é a de, a partir do momento da saturação, distorcer a geração de harmônicos espúrios. Ou seja, sabemos em Física que o watt é a medida de trabalho, como o Joule também é. (Mas o watt [RMS] foi a grandeza escolhida pelos pela comunidade de engenharia elétrica para determinar potências em áudio). Sendo assim, watt é watt. Numa linguagem mais leiga: Exemplo: 70 watts sempre serão 70 watts; mas o problema não é este, pois o fundo da questão é a e eficiência sonora em qualidade e linearidade em decibéis SPL, que é o que acontece com os amplificadores à válvula. Ambos entregam os mesmos 70 watts em 100% do volume (Ou na atenuação zero decibel SPL). Mas o amplificador à transístor, a partir da metade do seu controle de volume, ou um pouco mais, "cai" de rendimento em freqüências graves e começa a distorcer lamentável e gradativamente. (Mesmo comparando equipamentos com mesma qualidade de áudio, ou seja, de boa construção quanto ao projeto de seus circuitos). Existe também o efeito Édison, que contribui para a estabilidade elétrica. E isso tem influência no resultado final.
Os amplificadores à válvula mais fabricados e preferidos são os denominados "Push-pull". Mas os Single Ended (Sigla SE), são os que menos interferem no som e há uma boa corrente de audiófilos que os preferem. São os melhores amplificadores do mundo! A diferença entre esses dois amplificadores é a potência e a interferência no sinal original. Os SE são os circuitos eletrônicos mundialmente que menos interferem no sinal, incluindo aí os amplificadores transistorizados. Já nos push-pull há interferência, o que não significa necessariamente perda de qualidade. A discussão é antiga e mundial. Eu diria que o "problema" da falta de potência dos SE pode ser resolvido com a confecção de um amplificadores SE para cada canal ou vários para cada canal, em paralelo.

Velhice dos transístores - O transístor tem várias limitações que implicam em qualidade inferior às válvulas, como já verificamos. Mas uma delas e muito importante, e, muito desconhecida pelos consumidores de equipamentos de som, é a velhice dos transístores. Sim, eles envelhecem; muitos não queimam logo e ficam produzindo estalos altíssimos que podem queimar suas caixas. Nesse ponto, a válvula é mais honesta: Ela pede para ser substituída, assim que começa a ficar azul. Não produzindo nenhum pico de voltagem que queime suas caixas, ela despede-se queimando. E aí você troca, obtendo novamente um componente inteiramente novo no seu equipamento.

Peceba neste ociloscópio como o ganho de um valvulado dá-se por igual em todas as freqüências: http://www.youtube.com/watch?v=vXU52cAQVcg&feature=related

A válvula é o maior e melhor invento em termos de qualidade de áudio.

Obs.: Sobre amplificadores valvulados, os mais fabricados são os de arquitetura push-pull, pois entregam mais potência. No entanto, por terem um circuito mais "longo" e com mais elementos do que os Single Ended (SE), não são considerados o "Top" da pureza. A melhor amplificação estéreo, seja bi-canal ou multicanal é feita por vários SE dedicados para cada canal.   (Niterói, 05/06/2013).

Joaquim M. Cutrim
E-mail: joaquim777@gmail.com